São Pedro da Cadeira
Até hoje ainda não foi possível reconstituir com exactidão as origens de S. Pedro da Cadeira. Sabemos, no entanto, que desde muito cedo o espaço físico da actual freguesia conheceu a presença de comunidades humanas que remontam à Pré-História.
Entre a terra e o mar, beneficiando das águas do rio Sizandro, se construíram os quotidianos de muitas e variadas gentes. Partilhando os dias, e as práticas religiosas, em torno de um templo, cuja traça primitiva se perdeu, e que chegou até nós depois de várias reconstruções.
Durante a Idade Média, a comunidade foi crescendo aos ritmos do tempo e da vida. Da segunda metade do séc.XVI data a inscrição do arco triunfal da capela da Srª da Cátedra assinalando que esta terá sido feita sendo juiz Alvaro Uaz do Urmeiro e já nos finais do mesmo século, um livro de baptizados, recebimentos e defuntos mostra claramente a evolução demográfica deste aglomerado do concelho torriense.
As notícias sobre a Igreja Matriz chegam-nos ao longo do séc. XVII, através de visitas pastorais então ocorridas. Dessa época resta a memória de pedra do cruzeiro, datado de 1689. A centúria seguinte vai decorrendo sem grandes alterações até ao fatídico dia 1 de Novembro de 1755. O sismo violento que abalou Lisboa foi intensamente sentido na freguesia. A Igreja paroquial sofre danos significativos. As obras de reconstrução duram até 1761 com grande empenho dos paroquianos que para elas contribuem, sendo que nesse remoto ano de 1761 foi ano da entrada de Nossa Senhora da Nazaré.
Na actual igreja perpetuam-se as marcas desses tempos, desde os azulejos tipo tapete, seiscentistas, que decoram a sua única nave até ao retábulo, em talha dourada, datado do século XVIII. A capela-mor é decorada com quatro pinturas sobre tela atribuídas ao pintor barroco Bento Coelho da Silveira. Na capela baptismal, a pia oitavada é coberta por uma cúpula, semiesférica e decorada com azulejos.
Gerações sucessivas de homens e mulheres vão pautando os seus dias pelo toque do sino da matriz que ecoa pelos outeiros, a finalizar a labuta diária, ou repica festivo para os actos de memória comum. E é precisamente um desses momentos que se inicia em 1732 quando os fiéis de S. Pedro da Cadeira se associam ao Compromisso da Confraria de Nossa Senhora da Nazaré, Círio da Prata Grande encabeçado pela Igreja Nova. Doravante, a imagem peregrina será recebida, com as maiores honras, no templo que se encherá de todas as esperanças a cada nova visita
A Imagem de Nossa Senhora da Nazaré regressa a São Pedro da Cadeira no ano de 2015.
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